Resumo de Economia - Mankiw

26-07-2011 23:47

INTRODUÇÃO À ECONOMIA 

GREGORY MANKIW 

 

1. PRINCÍPIOS GERAIS DA ECONOMIA 

 

Os dez princípios gerais da economia são: 

1)  Em economia, sempre existem tradeoffs; 

2)  O custo de algo é o que se deixa de ganhar ao obtê-lo, ou seja, seu custo de 

oportunidade; 

3)  As pessoas razoáveis pensam na margem; 

4)  As pessoas reagem a incentivos; 

5)  Os mercados são bons para a economia; 

6)  O comércio é bom para todos, pois permite maior especialização e variedade; 

7)  Os governos podem melhorar os mercados; 

8)  O padrão de vida de um povo é determinado pela sua produtividade; 

9)  Os preços sobem com a emissão de moeda; 

10) Há um tradeoff de curto prazo entre desemprego e inflação. 

 

2. PENSANDO COMO UM ECONOMISTA 

 

O pensamento econômico se desenvolve através de modelos, que se baseiam em 

hipóteses que simplificam a realidade. Utilizam-se os economistas do método científico, 

partindo da teoria para a observação, então para a  coleta de dados e por último para a 

confirmação ou refutação da teoria. Por serem difíceis os experimentos controlados 

valem-se da história para fazer a observação experimental. 

As análises econômicas podem ser declarações positivas, que explica, determina 

como é ou declarações normativas, que sugerem, prescrevem, diz como deveria ser. É 

normalmente quando possuem divergências dessas duas categorias que os economistas 

discordam e é principalmente das declarações normativas que a economia se ocupa. 

Dentro dos modelos econômicos comuns temos a  Fronteira de Possibilidade de 

Produção e o Diagrama do Fluxo Circular, que descreve como o dinheiro circula entre os 

mercados de bens e serviços e as famílias e como estes interagem uns com os outros. 

 

GRÁFICOS 

 

Os gráficos descrevem como as variáveis se relacionam no mundo real. Pode 

tratar da relação de causa e efeito, podendo aparecer dois problemas: a variável omitida e 

a causalidade reversa. 

 

3. GANHOS COMERCIAIS E INTERDEPENDÊNCIA 

 

O princípio dos ganhos do comércio diz que cada bem deve ser produzido por 

quem tem o menor custo de oportunidade para produzi-lo. Assim, ambos terão uma maior 

variedade no consumo e melhor especialização na produção dos bens. Esse custo de 

oportunidade é sustentado pela teoria das VANTAGENS COMPARATIVAS de David 

Ricardo, que diz que  os custos de oportunidade devem ser comparados para que 

determinemos quem deverá produzir qual bem. 

O outro lado da teoria das Vantagens Comparativas é a de Vantagens absolutas, 

que compara as produtividades dos produtores. Um produtor pode ter vantagens absolutas 

na produção de todos os bens, mas nunca terá vantagens comparativas na produção de 

todos eles. Assim, quando os produtores se concentram na produção dos bens no qual tem maior vantagem comparativa podem usufruir de maior consumo através da troca, além de 

maior diversidade. 

 

4. OFERTA E DEMANDA 

 

A lei da oferta e da demanda diz que o preço de qualquer bem ou serviço ajusta-se 

para trazer a quantidade demandada desse bem ao equilíbrio. Para saber como a 

economia será afetada por um acontecimento precisa-se pensar nos seus impactos sobre a 

oferta e a demanda. 

A quantidade ofertada de um bem é positivamente relacionada com o preço, 

enquanto a quantidade demandada dele tem relação negativa com esse.  

Pode-se deslocar a curva de oferta através de: 1) variação nos preços dos insumos 

necessários para a produção do bem; 2) desenvolvimento da tecnologia; 3) expectativas 

quanto ao aumento ou diminuição do consumo do bem em questão; 4) alteração no 

número de vendedores. 

Já a curva de demanda pode ser deslocada por: 1) flutuações na renda (deve-se 

observar ainda se o bem é um bem normal ou inferior); 2) alterações nos preços dos bens 

substitutos e complementares; 3) os gostos da população com relação ao produto; 4) as 

expectativas quanto ao aumento da produção do bem;  5) alteração no número de 

compradores. 

Deve-se observar a distinção entre o deslocamento da curva e o deslocamento ao 

longo dela. No primeiro caso, ela desloca-se quando altera-se uma variável externa, ou 

seja, nem o preço nem a quantidade ofertada/demandada. Assim, está-se disposto a 

consumir/produzir mais/menos do bem em questão por  um preço dado.  Já o 

deslocamento ao longo da curva mostra uma alteração nas variáveis internas, ou seja, 

preço ou quantidade ofertada/demandada. 

O equilíbrio da oferta e da demanda é atingido quando a curva da oferta se cruza 

com a curva da demanda, ou seja, a quantidade ofertada é igual à quantidade demandada. 

Desse modo, o preço de ajusta de modo a igualá-los. Assim, a quantidade e o preço 

tendem a se ajustarem no ponto de equilíbrio. Sendo o preço o mecanismo de 

relacionamento dos recursos escassos, quando ele está acima do ponto de equilíbrio tem-

se uma quantidade ofertada maior do que a quantidade demandada, gerando um excesso 

de oferta. Caso contrário, haverá um excesso de demanda.  

 

5. ELASTICIDADE 

 

A elasticidade é uma medida de resposta da quantidade ofertada ou demandada a 

variações em seus determinantes, a saber, condições de mercado. Mede quanto a 

quantidade ofertada ou demandada varia em função do preço.  

Os fatores determinantes da elasticidade-preço da demanda são: 1) 

disponibilidade de substitutos próximos; 2) se o bem é necessário ou supérfluo; 3) a 

definição do mercado (quanto mais específico mais inelástico será) e 4) horizonte do 

tempo (os bens tendem a ser mais elásticos no longo prazo). Portanto, os bens escassos 

tem menos elasticidade preço e são mais difíceis de ofertar a curto prazo.  

A elasticidade determina a disposição de sair ao mercado. A elasticidade da oferta 

determina se os vendedores têm boas alternativas de produção do bem numa condição 

desfavorável. A elasticidade da demanda diz se os compradores têm boas alternativas de 

consumo na falta do bem em questão. Quanto à elasticidade o bem pode ser 

perfeitamente elástico, elástico, unitário, inelástico ou perfeitamente inelástico.  Os outros tipos de elasticidade são:  elasticidade-renda da demanda e a 

elasticidade-preço cruzada da demanda, que verifica a variação percentual da quantidade 

demandada de um bem 1 em função da variação do preço do bem 2. 

A receita total tende a aumentar se aumentarmos o preço de um bem de demanda 

inelástica, e a diminuir no caso de o bem ser elástico. 

 

6. OFERTA, DEMANDA E POLÍTICAS DO GOVERNO. 

  

O governo pode interferir no livre equilíbrio de oferta e demanda através de duas 

políticas, a saber, imposto e controle de preços.  

No caso do imposto, o ônus da incidência tributária recai mais fortemente sobre o 

lado mais inelástico do mercado.  

No caso do controle de preços, a instauração de um  preço máximo gerará uma 

escassez do produto, na qual se criaram alguns mecanismos para racionar a venda do 

bem, que podem não ser benéficos para a sociedade, como filas e discriminação. No caso 

de um preço mínimo, gerar-se-á uma excedente de produção ou de oferta, como é o caso 

do salário mínimo. O seu maior impacto se dá sobre a classe trabalhadora que recebe o 

salário mínimo, deixando vários deles sem trabalho  e aumentando a força de trabalho 

com o ingresso de jovens em idade escolar que abandonam a escola para entrar no 

mercado de trabalho precocemente por causa dos incentivos que agora têm. 

 

7. EFICIÊNCIA DOS MERCADOS 

 

Tratamos aqui da economia do bem-estar, que analisa como a alocação de 

recursos afeta o bem-estar econômico. Introduzem-se os conceitos de excedentes do 

consumidor, do vendedor e total.  

O  excedente do consumidor  é aquilo que o consumidor estaria disposto a pagar 

menos o que ele efetivamente paga.  

O  excedente do vendedor  é o preço pelo qual ele vendeu o produto menos o 

menor preço ao qual ele estaria disposto a vender o produto.  

O  excedente total  é a soma desses dois, ou seja, o valor para os compradores 

menos o custo para os vendedores.  

O excedente do consumidor aumentaria com um preço mais baixo enquanto o do 

vendedor aumentaria com um preço mais alto.  

 Veremos a seguir duas aplicações desses conceitos. 

 

8. TRIBUTAÇÃO 

 

 Vejamos como a introdução de um imposto altera a eficiência do mercado. Para 

entendermos como os impostos afetam o bem-estar comparamos a redução de bem-estar 

dos tomadores com os ganhos dos governos. O tributo apropria-se uma parte do 

excedente total, mas que ainda vai figurar nele, pois está nas mãos do governo, e 

transforma uma parte deste em um peso morto. Esse peso morto representa os negócios 

que deixaram de ser feitos pela variação do preço, ou seja, é a perda de excedentes totais. 

Assim, o imposto induz as pessoas a uma mudança de comportamento. Vemos ainda que 

a elasticidade aumenta a magnitude do peso morto, pois ela reflete a dependência de um 

dos lados do mercado ao bem. No final, vemos que os custos dos impostos são maiores 

do que os ganhos do governo, graças ao peso morto. 

Há um debate sobre como a tributação sobre o salário distorce os incentivos ao 

trabalho. Os economistas discordam sobre a magnitude da elasticidade da oferta de 

trabalho. Caso ela fosse razoavelmente elástica teríamos um grande peso morto, pois as pessoas teriam alternativas, como por exemplo, uma  fonte de renda extra, ingressar na 

economia subterrânea, aposentar-se logo, ficar em casa etc.  

A  curva de Laffer, que representa a economia do lado da oferta,  defende que 

quanto mais elástico o mercado mais provável de um  corte de impostos aumentar a 

receita tributária. Ele defende que a receita tributária aumentará até uma determinada 

carga tributária, mas que a partir desse ponto qualquer aumento na carga fará a receita 

despencar devido ao peso morto crescente.       

 

9. COMÉRCIO INTERNACIONAL 

 

O comércio internacional introduz os conceitos de importação e exportação. O 

que determina se um país será importador ou exportador de um produto será o seu preço 

mundial, que se baseia na teoria das Vantagens Comparativas. 

Vamos analisar o efeito da adesão ao comércio internacional por uma economia 

nos excedentes do consumidor, do vendedor e total.  Quando um país passa a ser 

importador de um bem, o preço deste baixará para se igualar ao preço mundial, o que 

deixará os consumidores em melhor condição com o aumento do seu excedente, e os 

produtores terão o seu excedente reduzido. Já o excedente total se alargará com os ganhos 

do comércio. Quando o mesmo país passa a ser exportador do bem aumenta-se o 

excedente do produtor com o aumento do preço para se igualar ao preço mundial e 

diminui o do consumidor, e o total também se alargará com os ganhos do comércio. 

Portanto, vemos que com o comércio internacional surgem perdedores e vencedores, mas 

a soma do lucro de uns ultrapassa o prejuízo obtido de outros. Aumenta-se a eficiência da 

economia mas não necessariamente a sua equidade, já que os perdedores raramente são 

compensados pelos seus prejuízos. 

Pode-se argumentar contra e a favor da abertura ao  comércio internacional. Os 

argumentos são: 1) os trabalhadores locais perderão o emprego – esses deverão se 

deslocar para os setores onde o país tem maiores vantagens comparativas; 2) segurança 

nacional – ocorrem exageros na importância do setor para a segurança nacional de modo 

a obter proteção; 3) proteção da indústria nascente – deve-se analisar se os benefícios 

ultrapassam os custos de proteção; 4) competição desleal – os compradores ainda estão 

ganhando com produtos melhores e mais baratos; 5) a proteção é um instrumento de 

barganha para que o outro país baixe suas tarifas também – a ameaça pode não funcionar. 

Vejamos como duas políticas semelhantes do governo  alteram os excedentes na 

economia, a saber, a introdução de uma tarifa de importação e o estabelecimento de 

cotas de importação. O que essas duas políticas têm em comum é que ambas elevam o 

preço interno do bem, reduzem o excedente do consumidor e aumentam o do produtor e 

geram um peso morto. 

Com a introdução de uma tarifa de importação os produtores internos ficam em 

melhor condição (aumenta-se a quantidade ofertada interna e diminui-se a quantidade 

demandada do exterior) e o governo obtém receita, porém gera um superprodução e um 

subconsumo, ou seja, um peso morto. 

As cotas de importação limitam a quantidade de um bem produzido no exterior e 

vendido internamente. Elas causam um peso morto similar ao imposto, com os detentores 

de licença e os produtores internos ganhando mais. 

 

10. EXTERNALIDADES 

 

As  externalidades  são os impactos no bem-estar de uma terceira pessoa. Elas 

podem ser positivas ou negativas. As primeiras produzem uma quantidade menor do que é socialmente desejado e o segundo tipo produz uma  quantidade maior do que é 

socialmente desejado. 

Citamos como exemplos de externalidade positivas o  transbordamento de 

tecnologia (incentivada com a proteção das patentes), a pesquisa de novas tecnologias e a 

restauração de imóveis antigos.  Para incentivar essas externalidades positivas, deve-se 

proceder ao subsídio no valor igual ao benefício social provocado por elas. 

As  externalidades negativas podem ser resolvidas de duas maneiras: com 

soluções privadas ou com políticas públicas, de forma a fazer a empresa internalizar sua 

externalidadade, ou seja, alterar seus incentivos de modo que ela leve em consideração 

os efeitos que causam a terceiros. 

Nas soluções privadas, o teorema de Coase afirma que se os agentes econômicos 

puderem negociar sem custo a alocação de recursos eles poderão resolver sozinhos os 

problemas das externalidades. O direito determinará apenas que deverá pagar no final das 

contas. Essa teoria se aplica quando as partes não  têm dificuldade em chegar a um 

acordo, mas poderia não funcionar quando houver algum  problema de coordenação, 

como quando o número de partes envolvidas é grande ou quando as partes relutam em 

chegar a um acordo para forçar a outra parte a ceder condições menos favoráveis a ela 

quando ela estiver com a lei contra ela. 

Nas soluções alcançadas por políticas públicas, temos duas. 

As  políticas de comando e controle,  que estabelecem um nível máximo ou 

regras de emissão da externalidade (por exemplo, nível máximo de emissão de fumaça de 

uma fábrica). Essas contudo não incentivam a fábrica a reduzir a emissão abaixo do 

limite, além de não garantir redução uniforme de empresas de naturezas diferentes. 

As outras políticas são as de mercado. Uma delas é a introdução do  imposto de 

Pigou. Ele é melhor para o meio ambiente,  pois gera um incentivo para descobrir 

tecnologias que reduzem a poluição, sendo um tributo por quantidade de poluição 

emitida. Assim, o imposto determinará a quantidade demandada por poluição. A outra é a 

introdução de  licenças negociáveis para poluição. Ela é melhor do que o imposto 

quando não se conhece a demanda por poluição, de modo que a quantidade de poluição 

será fixada pela quantidade de licenças oferecidas, sendo a oferta de licenças 

perfeitamente inelástica. Assim, a quantidade ofertada de poluição determinará o preço 

das licenças. Surge assim um mercado de licenças, que poderão ser alocadas entre as 

empresas que poluem menos e as que poluem mais, de modo a controlar o nível ótimo de 

emissão de poluição desejado.  

 

11. BENS PÚBLICOS E RECURSOS COMUNS 

 

Para entendermos o conceito dos diferentes tipos de bens cabe desenvolver aqui as 

propriedades  de exclusão, segundo a qual  uma pessoa pode ser excluída de usar um 

bem, e a  de rivalidade,  segundo a qual a pessoa ao usar o bem impede que outras 

usufruam dele. 

Os bens podem ser divididos em quatro tipos:  bens privados (excludentes e 

rivais),  recursos comuns (não-excludentes e não-rivais),  monopólios naturais 

(excludentes e não-rivais) e bens públicos (não-excludentes e rivais), que quando alguém 

usa causa uma externalidade negativa, cujas quantidades a serem produzidas devem ser 

determinadas pelo governo, já que o mercado privado se mostra incapaz de ofertá-los 

pelo fato de os bens não serem excludentes e assim evita o problema dos caronas. 

Alguns bens públicos são a pesquisa de base, que gera conhecimentos gerais, que 

são disseminados e aproveitados por toda a sociedade e específicos, que são protegidos 

pelas patentes, tornando-se gerais depois de sua expiração. A defesa nacional é também um bem público, em como a luta contra a pobreza, já que todos querem viver num país 

sem miséria. 

  Quando a ausência de propriedade causa uma falha de mercado o governo pode 

resolver o problema através da emissão de licenças, da regulamentação da atividade ou 

do fornecimento dela.  O mercado falha na alocação de recursos porque o direito da 

propriedade não está bem estabelecido, e cabe ao governo regular essa alocação. Para 

resolver se deve fornecer um serviço público, o governo deve fazer uma análise de custo-

benefício, sendo suas análises apenas aproximações, não observando nenhum sinal de 

preço. 

 

12. SISTEMA TRIBUTÁRIO 

 

O sistema tributário é dividido em categorias Federal e Estadual. As receitas do 

Governo Federal são obtidas pelo imposto de renda e pelo imposto para a seguridade 

social e pelas excise taxes como as pagas pela gasolina, bebidas e cigarros. Suas despesas 

são com saúde, auxílio a renda das famílias mais pobres, defesa nacional, seguridade 

social. A receita obtida com os impostos Estaduais  são através dos impostos sobre 

vendas, um parte do imposto de renda, sobre a propriedade e de fundos do governo 

Federal. Suas despesas são com estradas, com educação e com o bem-estar público. 

  Para que se obtenha eficiência econômica com a aplicação de impostos, deve-se 

minimizar o peso morto causado por eles e os encargos administrativos. Todo imposto 

causa um ônus, seja um peso morto, sejam as lacunas legais de que as empresas tentam se 

aproveitar para evitar pagar os impostos, o que implica na contratação de contadores. A 

esse processo chama-se fuga legal de impostos. Esse ônus poderia ser minimizado com a 

simplificação do sistema tributário. Contudo, isso  encontra forte oposição por parte de 

lobistas. 

 Devido ao peso morto causado pelo imposto, há um debate sobre se seria mais 

eficiente taxar o consumo ao invés da renda. Essa corrente baseia-se no argumento de que 

o imposto sobre a renda encoraja as pessoas a trabalhar menos, daí vindo o peso morto, e 

desencoraja a poupança, pois esta é taxada duas vezes, enquanto um imposto sobre o 

consumo a encorajaria. 

 Sobre a tributação da renda temos a alíquota média, que mede o esforço total do 

contribuinte, ou seja, o resultado percentual da razão entre a contribuição total e a renda. 

Analisa-se  a alíquota marginal, que é o imposto adicional sobre uma unidade de renda 

adicional, quando se deseja verificar o peso morto da renda, na medida em que a alíquota 

marginal desencoraja o trabalho, para vermos como o sistema tributário distorce os 

incentivos. Haveria a possibilidade ainda de uma tributação por montante único, que teria 

um ônus administrativo mínimo, não geraria peso morto, não distorceria os incentivos 

porque sua alíquota marginal seria zero. Este modelo, porém, ilustra o tradeoff entre a 

eficiência e a equidade tributária, pesando mais sobre aqueles que têm menos condições 

de arcar com o montante único. As pessoas discordam sobre a política tributária porque 

atribuem importância diferente a esses dois objetivos: eficiência e equidade. 

 A equidade tributária reflete como o ônus tributário deve ser distribuído.  

Pelo Princípio dos Benefícios, as pessoas devem pagar com base nos benefícios 

que recebem do governo, vendo os bens públicos como se fossem bens privados. Assim, 

os ricos devem pagar mais do que os pobres pois desfrutam melhor da infra-estrutura da 

cidade como a proteção contra incêndios, a proteção policial, das rodovias, do 

combustível, da energia etc.  

Mas de acordo com o  princípio da Capacidade de Pagamento  todos devem 

fazer o mesmo sacrifício para sustentar os gastos de governo. Isso nos leva a dois 

conceitos, a saber, o de Equidade Vertical, ou seja, que precisa-se levar em conta o que a pessoa paga e o que ela recebe e que quem tem maior capacidade de pagar paga mais, 

podendo o imposto ser regressivo, proporcional ou progressivo, e o de  Equidade 

Horizontal, que determina que os que tem rendas semelhantes pagam igual. 

 

13. CUSTOS DE PRODUÇÃO 

 

Os custos de uma empresa podem ser  explícitos ou  implícitos. Os  implícitos 

refletem os custos de oportunidade. O lucro da empresa pode ser classificado como 

econômico, que leva em conta tantos os custos explícitos quanto os implícitos, e como 

contábil, que apenas considera os custos explícitos. 

 A Função de Produção é a relação entre a quantidade de insumo para produzir 

um bem e a quantidade produzida. Percebemos que há um produto marginal decrescente 

na medida em que a quantidade produzida aumenta em uma proporção menor do que a do 

aumento da quantidade do insumo, quando feito.  Produto Marginal  é o aumento da 

quantidade da produzida a partir do aumento de uma unidade do insumo. 

 A Curva de Custo Total é a relação entre a quantidade produzida e o custo total. 

A inclinação da curva tende a aumentar por causa do produto marginal decrescente. Aqui 

Custo Marginal  é o aumento do custo total a partir do aumento da produção de uma 

unidade adicional do bem. Este é crescente, na medida em que a cada unidade a mais 

produzida chega-se mais próximo de esgotar a capacidade produtiva da empresa.  

Já o Custo Total Médio tende a diminuir com o aumento de produção até atingir 

seu ponto mínimo, que é aquele que minimiza o custo médio, chamado de Escala 

Eficiente, e a partir do ponto em que o Custo Total Médio é igual ao Custo Marginal, o 

primeiro tenderá a aumentar, já que o custo que tem para produzir a próxima unidade do 

bem é maior do que aquele que teve para produzir o último, e essa diferença de valor terá 

que ser redistribuída por todos os que já foram produzidos. A Curva de Custo Total 

Médio tem o formato em “U”. Portanto, para maximizar os lucros, a empresa escolherá o 

nível de produção em que sua Curva de Custo Total Médio será igual à Curva de Custo 

Marginal. 

No longo prazo as empresas têm uma flexibilidade maior, já que podem ampliar 

sua linha de produção para acomodar a demanda por ela. Assim, o formato da Curva de 

Custo Total Médio de longo prazo traz informações valiosas sobre a tecnologia de 

produção da empresa. Assim, ela pode ter deseconomias de escala, retornos constantes 

de escala ou economias de escala. Isso determina se seu Custo Total Médio decrescerá 

ou não com o aumento de produção. 

 

MERCADOS 

 

 De acordo com a natureza do mercado em que estão inseridas, as empresas 

deparam-se com decisões políticas diferentes, mais  adequadas a sua atuação naquela 

categoria de mercado. Como vimos anteriormente, há duas categorias de mercado, os de 

concorrência perfeita ou imperfeita. O primeiro tipo é dos mercados competitivos. O 

segundo se refere aos oligopólios, monopólios e competição monopolística. 

 

14. EMPRESAS EM MERCADOS COMPETITIVOS 

  

 São características do mercado competitivo: o grande número de compradores e 

vendedores, que não tem podem individualmente sobre a formação de preços, atuando 

como tomadores de preço; a livre entrada e saída de empresas no mercado; os bens 

vendidos são os mesmos.   Cabe esclarecermos alguns pontos sobre a receita obtida pela empresa. Como a 

empresa atua no mercado como tomadora de preços, o  seu preço deverá ser igual ao 

preço exercido no mercado. Assim, o preço do seu produto é igual à Receita Média, que 

por sua vez é igual à Receita Marginal. Esta última tende a ser constante pois não se 

altera com a venda adicional de uma unidade do produto. Para maximizar o lucro, a 

empresa deve igualar o seu Custo Marginal à sua Receita Marginal (preço). Desse modo, 

enquanto a Receita Marginal for maior do que o Custo Marginal de produção de um bem 

adicional a empresa deve aumentar a produção para maximizar o lucro. Portanto, 

podemos ver a Curva de Custo Marginal de uma empresa como sua Curva de Oferta. 

 Com base nessas análises, a empresa se depara com duas situações em que seria 

forçada a suspender suas atividades: uma no curto prazo e outra no longo prazo, 

significando a sua saída do mercado. 

 Uma empresa decide suspender suas atividades no curto prazo e  parar sua 

produção quando o preço do produto está abaixo dos seus custos variáveis. Os custos 

fixos nesse caso não são levados em consideração por consistirem em  custos 

irrecuperáveis. Desse modo, a curva de oferta de uma empresa no curto prazo é igual à 

parte de sua Curva de Custo Marginal acima da Curva de Custo Variável Médio. 

 No longo prazo, uma empresa decide retirar-se do mercado se o preço do produto 

for menor do que seu Custo Total Médio. Assim, a curva de oferta será a parte da Curva 

de Custo Marginal acima da Curva de Custo Total Médio. 

  Toda empresa tende a ter no longo prazo um lucro econômico igual a zero. Para 

entender o fato consideremos duas situações. Na primeira, as empresas do mercado estão 

operando com lucro econômico maior que zero. Desse modo, o mercado será atrativo à 

entrada de novas empresas e no longo prazo esse maior número de empresas reduzirá os 

preços e os lucros de todos os vendedores a zero. No caso de empresas operando com 

lucro econômico menor do que zero, algumas delas serão forçadas a sair do mercado, 

aumentando os preços e os lucros das que permaneceram.  Portanto, em qualquer dos 

casos, as empresas são forçadas a igualar o preço ao Custo Total Médio para evitar a 

entrada ou saída de empresas no mercado. 

 Os deslocamentos da demanda no curto prazo provocarão o aumento ou 

diminuição do lucro das empresas atuantes, já que o mercado no curto prazo tem um 

número fixo de empresas. No longo prazo irá atrair ou quebrar empresas, fazendo o lucro 

subir ou aumentar, situação essa que será levada ao equilíbrio pela entrada ou saída de 

novas empresas no mercado. 

 

15. MONOPÓLIO 

 

Os monopólios surgem de três formas:.  

A primeira é quando  há  recursos monopolísticos. Assim, quando apenas uma 

empresa tem um recurso-chave exclusivo ou quando ela tem um direito exclusivo de 

propriedade ou quando os custos de produção tornam um único produtor mais eficiente 

que muitos, o que consiste em uma barreira de entrada para os outros. 

A segunda são os monopólios criados pelo governo, como os direitos autorais, a 

lei das patentes ou por política quando é de interesse público. Os benefícios são o 

incentivo à atividade criadora e os seus custos são evidentemente os preços 

monopolísticos. 

A terceira são os monopólios naturais, caracterizados quando o custo total diminui 

sempre com o aumento de uma unidade produzida. Temos ai um custo marginal 

desprezível, havendo economias de escala para toda a faixa de produção. Além disso, não 

é interessante ter no mercado mais de uma empresa porque não seria lucrativo para 

nenhuma das duas empresas dividi-lo. É o caso da distribuição de água, em que o custo médio é menor se apenas uma empresa fornecer o mercado. Contudo, com o crescimento 

da demanda de mercado ele pode transformar-se em um mercado competitivo. 

Quanto aos lucros os monopólios são caracterizados  por uma receita marginal 

decrescente e inferior ao preço atual, pois a empresa nesse mercado se depara com uma 

curva de demanda que é igual à demanda de mercado. Portanto, os monopólios não têm 

curva de oferta, e para maximizar os lucros escolhem a quantidade ofertada em que a 

Receita Marginal é igual ao Custo Marginal, como nos mercados competitivos,  com o 

preço, porém, determinado pela Curva da Demanda. Portanto, a empresa deve aumentar a 

produção se a Receita Marginal for maior do que o Custo Marginal. 

As políticas públicas ainda podem melhorar os resultados nos mercados 

monopolíticos. Quatro são as formas de interferência: 1) Leis antitruste, que impedem 

fusões e desmembra empresas, cujo principal problema é impedir as sinergias (no 

entanto, deve-se analisar o custo social dos monopólios com os benefícios das sinergias); 

2)  Regulamentação dos preços, que é comum nos monopólios naturais, cujo maior 

problema é a falta de incentivos à redução de custos; 3)  nacionalizando a empresa, 

solução esta preterida pelos economistas pela propriedade privada dados os incentivos de 

minimizar os custos nesta; 4) não fazer nada. Como foi dito por George Stigler “a falha 

política é maior que o grau de falha de mercado”. 

Os monopólios trazem à sociedade um custo ao seu bem-estar. O primeiro é um 

peso morto, causado pelo markup entre a Receita Marginal e o preço. No entanto,  o 

lucro monopolista não afeta o excedente de mercado  total,  o seu problema é que ele 

vende uma quantidade inferior ao nível que maximiza o excedente total, produzindo uma 

quantidade menor que a socialmente eficiente. 

Há uma estratégia de maximização dos lucros monopolistas que se chama 

discriminação de preços.  Ela fomenta uma separação dos compradores pela sua 

disposição a pagar. A discriminação de preços aumenta o bem-estar econômico, pois 

elimina o peso morto e gera um maior excedente do produtor. Alguns exemplos são os 

ingressos de cinema mais baratos para crianças, os  livros em capa dura e em brochuras, 

cupons de desconto, diferença de preços nas passagens aéreas. 

 

16. OLIGOPÓLIO 

 

 Os oligopólios são caracterizados pelo pequeno número de vendedores no 

mercado, sendo estes interdependentes, pois as ações de qualquer vendedor tem um 

grande impacto sobre o lucro de todos os outros. Vemos que os vendedores desse 

mercado se beneficiam com a cooperação, e agem como se fossem monopolistas, porém 

os incentivos à ação de maximizar os lucros impedem que atinjam os resultados do 

monopólio. Desse modo, há sempre tensões entre a cooperação e o interesse próprio.  

Podemos ainda tirar algumas conclusões sobre o tamanho dos oligopólios. Na 

medida em que aumenta o número de vendedores fica mais difícil chegarem a um acordo 

quanto ao preço ofertado.  

Por exemplo, quando um vendedor se depara com a decisão de vender mais ele 

enfrenta o efeito preço e o efeito quantidade. De acordo com o efeito preço, o vendedor 

se preocupa com os lucros na medida em que agora com o aumento da quantidade 

ofertada o preço tende a cair derrubando seus lucros juntamente. Ou seja,  preocupa-se 

com o impacto da sua escolha de preços na sua renda. Com o efeito quantidade ele leva 

em conta que o preço é maior do que o seu custo marginal, e conclui que é vantajoso 

aumentar a quantidade que oferta.  Com o aumento na quantidade de vendedores do 

oligopólio o efeito preço diminui na medida em que o vendedor se preocupa menos com 

o impacto do preço que ele coloca no mercado, tornando o mercado mais parecido com o das empresas competitivas, e se deparando portanto com decisões similares quando ao 

aumento de produção – o fará enquanto o preço for maior do que o Custo Marginal. 

É comum no mercado oligopolítico a formação de  conluios (acordo entre 

empresas) e cartéis (grupos de empresas que devem concordar sobre o nível de produção 

e quantidade produzida para cada membro). Um exemplo é a OPEP. O equilíbrio de 

mercado é atingido na medida em que cada oligopolista sente-se tentado a aumentar 

a sua produção e capturar mais mercado, com isso o  total aumenta e o preço cai. 

Assim, eles terminam produzindo uma quantidade total maior do que a monopolista e 

tendo lucros menores. No entanto, eles não deixam o preço cair até o custo marginal. 

Por fim, cada vendedor escolhe para si a melhor estratégia dadas as estratégias 

escolhidas pelos outros. Isso implica que aumentar  a própria oferta acima disto 

reduziria seu lucro. Quando todos os vendedores se comportam dessa maneira atingimos 

o chamado Equilíbrio de Nash. 

A  Teoria dos Jogos trata dos problemas que as pessoas enfrentam quando a 

cooperação é desejada mas difícil. Estuda como as pessoas se comportam em situações 

estratégicas quando se leva em consideração como as pessoas reagiriam a ela, provando 

que a cooperação é irracional do ponto de vista individual. O Dilema dos Prisioneiros 

exemplifica um caso em que ao perseguirem interesses próprios ambos chegaram a um 

resultado pior para ambos. Cada “prisioneiro” no caso tende a escolher sua  estratégia 

dominante, que é a melhor jogada que ele teria independente das escolhidas pelos outros 

jogadores. Exemplos disso são a publicidade, o usufruto dos recursos comuns e a corrida 

armamentista. 

A política pública trata dos oligopólios através das Leis Antitruste para induzir 

os oligopolistas a competir e não a cooperar, tentando conter uma série de práticas de 

mercado. A primeira é a  fixação do preço de revenda. A princípio pode parecer que 

impede a concorrência entre varejistas, mas defende-se dizendo que se quer evitar o 

problema dos caronas e assim fomentar um comércio justo. A segunda é a determinação 

de preços predatório, que é um corte de preços para acabar com a concorrência, mas 

que pode ser combatido se a outra empresa reduzir a oferta. A terceira são as  vendas 

casadas, que parece querer estender o poder de mercado de  uma empresa a um outro 

produto, mas que é defendida como uma forma de discriminação de preços.  

 

17. COMPETIÇÃO MONOPOLÍSTICA 

  

 As empresas no mercado de competição monopolística são marcadas um uma 

série de características. Esse mercado é composto por várias empresas que vendem 

produtos similares, mas não iguais. Portanto, os vendedores têm alguma liberdade de 

escolha de preço, já que cada produto é único. O preço tende a ser portanto muito maior 

do que o custo marginal de produção. Há também a livre entrada e saída de empresas 

nesse tipo de mercado. 

 As empresas neste tipo de mercado oferecem produtos diferenciados e se 

assemelha ao monopólio na definição do preço. Há ainda dois elementos que marcam 

esse tipo de concorrência: a  capacidade ociosa de produção, visto que eles poderiam 

aumentar a quantidade produzida e reduzir o Custo Total Médio e que o excedente total 

não é maximizado; e um markup entre o preço e o Custo Marginal que corresponde ao 

estímulo de vender mais, além de gerar um peso morto. 

 Quanto ao bem estar social, o excedente total não é maximizado, pois pode haver 

entrada insuficiente ou excessiva de empresa no mercado. Esse mercado produz 

externalidades negativas e positivas. São o roubo de negócios e a variedade de produtos. 

Esses não existiriam sob a competição perfeita.   A publicidade é um fator-chave na competição monopolística. Ela torna os 

mercados menos competidores e curvas de demandas menos elásticas. Podemos ver a 

publicidade como um sinal de qualidade, sendo o conteúdo do anúncio irrelevante. 

Concluímos que quem investe caro em propaganda é porque tem um bom produto. A 

propaganda sinaliza assim a qualidade do produto através da disposição para gastar altas 

quantias em dinheiro com ela. 

 Outro elemento que surge são as marcas. Elas dão incentivo a manter a qualidade, 

dão a segurança ao comprador de adquirir um produto de alta qualidade, mas por outro 

lado podem fazer o comprador ver diferenças onde elas não existem, tornando a curva de 

demanda menos elásticas. 

 Aqueles que criticam a publicidade pregam que ela  manipula as preferências, 

criando um desejo através de mensagens subliminares que não falam da qualidade ou do 

preço do produto, dificultando a competição. Tenta convencer que os produtos são mais 

diferentes do que realmente são, permitindo um markup maior sobre o Custo Marginal. 

 Os que a defendem alegam que ela permite maior entrada de empresas e reduz o 

poder de mercado, fazendo com que os clientes aproveitem melhor as diferenças de 

preços, fornecendo-lhes informações valiosas sobre o produto de cada empresa. Assim, 

torna mais fácil encontrar empresas que vendem mais barato e aumentam a 

competitividade. 

 

18. FATORES DE PRODUÇÃO 

 

 Os fatores de produção são os insumos necessários  à produção de um bem. Os 

principais são a  terra, o capital e o trabalho. Capital é o estoque de equipamentos e 

estrutura para produzir os bens. A produtividade de cada um desses fatores depende da 

quantidade disponível dos outros.  

 A demanda por mão-de-obra depende da demanda de outro bem, portanto ela é 

uma demanda derivada. As empresas decidem quantos empregados vão contratar 

baseadas no Produto Marginal do Trabalho, que é o aumento da quantidade produzida 

com a introdução de um trabalhador a mais. O  Valor do Produto Marginal do 

Trabalho  equivale à produtividade da empresa, e é igual ao preço vezes o Produto 

Marginal do Trabalho. Assim, a empresa contratará até que o Valor do Produto Marginal 

seja igual ao Salário pago. O Valor do Produto Marginal do Trabalho  é a curva da 

demanda das empresas por trabalho, que tende a ser decrescente por causa do Produto 

Marginal decrescente.  A oferta de mão-de-obra será o salário de mercado,  que é 

perfeitamente elástico. Portanto, a quantidade que maximiza o lucro é aquela em que o 

salário de mercado (curva da oferta de trabalho) e a curva de Valor do Produto Marginal 

do Trabalho curva da demanda por trabalho se cruzam. 

  Os deslocamentos da curva de demanda por mão de obra podem ser 

provocados por mudanças tecnológicas, pelo preço do produto ou pela oferta de 

outros fatores. Nos três casos se pode aumentar ou reduzir o Produto Marginal do 

Trabalho e conseqüentemente deslocar a demanda por  trabalho, por ser ela 

derivada das outras. 

 Já a oferta de mão de obra reflete o tradeoff entre trabalho e lazer. Ela 

normalmente tem inclinação perfeitamente elástica, mas também pode se inclinar para 

trás graças ao efeito riqueza: “já que estou ganhando mais pode trabalhar menos”. Pode 

haver deslocamentos dela por mudança nas preferências ou nos costumes (mulheres que 

entram no mercado de trabalho, adolescentes), pela  imigração ou por mudanças das 

oportunidades alternativas. 

 Para obtermos o equilíbrio, o salário se ajusta para equilibrar a oferta e a demanda 

por trabalho. Qualquer evento que altere a oferta ou a demanda por mão-de-obra deve alterar o salário de equilíbrio e o Valor do Produto Marginal do Trabalho no mesmo 

montante, pois eles dever ser iguais. Portanto, deslocamentos das oferta e demanda de 

mão-de-obra fazem com que haja alterações no salário. 

 Podemos observar também um monopsônio, que é um mercado com apenas um 

comprador, que reduz o preço que paga diminuindo o lucro dos que ofertam. É o caso de 

um mercado com apenas uma empresa que pode dar empregos. 

 

19. GANHOS E DISCRIMINAÇÃO 

 

 Os determinantes do salário de equilíbrio são o capital humano, os diferenciais 

compensatórios  e o talento, esforço e a sorte. O capital humano é a acumulação de 

investimento nas pessoas através de educação e treinamento com o objetivo de aumentar 

a produtividade do empregado. De acordo com o nível de instrução passa a ser também 

um diferencial compensatório. Este reflete as diferenças de trabalho que surgem para 

compensar características não monetárias de diferentes empregos. 

 Percebemos uma atual tendência ao valor crescente  da qualificação graças ao 

comércio internacional e às mudanças tecnológicas, aumentando a demanda por mão-de-

obra qualificada.  

 Os salários podem ficar acima do equilíbrio por três fatores:  a atuação dos 

sindicatos, pela legislação do salário mínimo  ou por salários de eficiência. Assim, 

esses fatores aumentam a oferta de mão-de-obra.  

O nível de qualificação profissional opera como um  sinal de talento, da mesma 

forma que a propaganda atua como um sinal de qualidade do produto. Assim, o diploma 

sinaliza o maior talento já que uma pessoa talentosa tem mais chances de ter um diploma. 

Analisemos agora a economia da discriminação. Vemos que é a observação de 

variações salariais entre grupos amplos não prova discriminação, pois as pessoas podem 

ter os salários alterados por causa de diferenciais compensatórios, de diferenças entre o 

capital humano, da diferença da qualidade e da quantidade de instrução ou de experiência 

no trabalho. Parte pode ser atribuída à discriminação mas não há consenso. Assim, a 

doença se mostra política enquanto os sintomas são  econômicos. A beleza pode ser 

também um tipo de discriminação, mas é vista também como um talento, e pode ser uma 

medida indireta de outros tipos de talento. 

Por que um superastro ganha tanto mais do que o melhor carpinteiro do mundo, já 

que todos os clientes do mercado querem desfrutar do bem ofertado pelo melhor? Porque 

o bem produzido conta com uma tecnologia que possibilita ao melhor ator ofertar a todos 

os clientes a baixo custo, enquanto o melhor carpinteiro só pode oferecer o seu serviço a 

um numero limitado de clientes.     

  

20. POBREZA 

 

A pobreza reflete o tradeoff entre eficiência e equidade econômica. Ela é uma 

forma de mensuração de desigualdade numa sociedade. Vemos que atualmente ela 

cresceu devido ao comércio internacional que gerou um aumento de demanda por mão-

de-obra qualificada. Vimos também com o movimento feminista, que teve maior impacto 

sobre as famílias de alta renda, implicou em um enriquecimento das famílias mais ricas. 

Os dados sobre a distribuição e linha de pobreza são insuficientes, pois o que 

interessa é o padrão de vida e não a renda. 

As principais medidas de pobreza são a taxa de pobreza e a linha de pobreza, que 

é estabelecida como uma renda abaixo do custo de uma dieta adequada vezes três. Os 

problemas na mensuração da pobreza são: 1) o ciclo de vida da pessoa, que faz com que 

haja uma desigualdade na distribuição anual mas não no padrão de vida, já que existe um padrão regular de variação de renda durante a vida. 2) mobilidade econômica, precisa-se 

distinguir os grupos que ficam pobres temporariamente e os que permanecem pobres. 3) a 

renda transitória versus a permanente, visto que é a última que mede a capacidade de 

comprar bens e serviços. Uma outra inexatidão é que as transferências em gêneros que 

as famílias recebem do governo não são computadas nos dados de pobreza. 

A Filosofia Política ocupou-se do estudo da pobreza. Houve três escolas de 

pensamento principais.  

O Utilitarismo de Jeremy Bentham e John Stuart Mill, que prega que devemos 

maximizar a utilidade total de todos na sociedade.  Para isso,  devemos atingir uma 

distribuição de renda mais igualitária, equilibrando a maior igualdade com as perdas das 

distorções de incentivos. O conceito de utilidade é uma medida de felicidade. Eles 

afirmam que há uma utilidade marginal decrescente. Segundo eles não se pode criar uma 

sociedade totalmente igualitária. 

O  liberalismo foi defendido por John Rawls que defendeu a adoção de uma 

perspectiva social a partir de uma posição original, como observadores imparciais sob o 

véu da ignorância. Assim, cada um sem saber em que posição social estaria seria levado 

a maximizar a utilidade mínima quando se tenta aumentar o bem-estar das pessoas em 

pior situação, graças ao medo de ficar na base, esse é o  critério maximin. Assim, o 

liberalismo funciona como uma apólice de seguros, e requer maior distribuição do que o 

Utilitarismo. Para isso, as instituições devem ser justas. 

A escola do Libertarismo prega que  o governo deve punir os crimes mas não 

redistribuir as rendas. Foi defendido por Robert Nozick. Ele afirma que são os indivíduos 

que ganham a renda e não a sociedade. Esta deve portanto  fazer valer os direitos 

individuais para que todos usem o talento com as mesmas oportunidades. Portanto, a 

igualdade de oportunidades, para Nozick, é mais importante do que a renda. 

Para reduzir os efeitos da pobreza o governo aplica diversas políticas de redução 

da pobreza, como por exemplo o salário mínimo, a transferência em gêneros, o imposto 

de renda negativo (que por sua vez subsidia os indolentes), as políticas de bem-estar (que 

podem incentivar as pessoas a serem mais necessitadas), os programas anti-pobreza e 

incentivos ao trabalho, e os programas baseados no lugar (incentivam a manutenção dos 

pobres no gueto e é melhor para os proprietários de imóveis). Com esses programas 

contra a pobreza, algumas famílias pobres ficariam  em piores condições se ganhassem 

mais, já que à medida em que a renda aumenta eles passam a não ter direito aos 

programas. Com todos os programas em conjunto, as alíquotas marginais são altas, até 

100 por cento do valor recebido ou mais, o que contribui para a instauração de uma 

cultura de pobreza, em que as pessoas não têm incentivos de deixarem de ser pobres. 

 

21. TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 

 

  Ela estuda como os consumidores que se deparam com tradeoffs tomam decisões 

e como respondem a mudanças em seu ambiente. Para isso, vale-se de duas ferramentas. 

A Curva de Restrição Orçamentária e a Curva de Indiferença do Consumidor.  

A Curva de Restrição Orçamentária é o limite de combinações de consumo de 

dois bens que o consumidor pode ter. A inclinação da curva determinará o preço relativo 

dos bens. 

A Curva de Indiferença do Consumidor mostra que combinações de consumo 

dão o mesmo nível de satisfação ao consumidor. Para tal, há uma Taxa Marginal de 

Substituição, que é taxa à qual o consumidor está disposto a trocar um bem pelo outro, 

que varia por toda a curva, dependendo da quantidade de cada bem que ele já está 

consumindo. É regida por quatro princípios: 1) As curvas mais elevadas são preferíveis. 

2) Elas se inclinam para baixo. 3) As curvas de indiferença não se cruzam. 4) São convexas ao eixo principal, pois reflete a  Taxa Marginal de Substituição, já que o 

consumidor tem uma maior disposição para abrir mão  de um bem que ele já tem em 

grande quantidade. Quando temos um produto que é facilmente substituível pelo outro as 

curvas são menos convexas. Observe-se as diferenças entre as curvas dos bens substitutos 

perfeitos e complementares perfeitos. 

Chega-se a otimização quando a Taxa Marginal de Substituição é igual ao preço 

relativo, que é a taxa à qual o mercado está disposto a trocar um bem por outro, enquanto 

a Taxa Marginal de Substituição é a taxa à qual o consumidor está disposto a trocar. A 

inclinação da Curva de Indiferença é a Taxa Marginal de Substituição enquanto a 

inclinação da Curva de Restrição Orçamentária é o preço relativo dos bens. No ponto 

ótimo, a inclinação da Curva de Indiferença é igual à inclinação da Restrição 

Orçamentária. 

Quando ocorrem variações de renda ou no preço dos bens, ocorrem mudanças e o 

ponto ótimo se move. Com um aumento de renda, ocorre um deslocamento paralelo da 

Curva de Restrição Orçamentária, deslocando o ponto ótimo para o novo ótimo.  

Com variações no preço de um bem, a restrição orçamentária se inclina para fora, 

refletindo como muda o consumo em dependência das preferências do consumidor. Uma 

mudança no preço de um dos bens tem dois efeitos sobre o consumidor: o efeito renda e o 

efeito substituição. 

De acordo com o  efeito renda, o consumidor por observar uma diminuição do 

preço relativo de um dos bens, se acha mais rico e passa a consumir mais dos dois bens, 

deslocando sua curva de indiferença para um nível mais elevado. 

O outro efeito que sofre, o  efeito substituição, é a variação do consumo que 

resulta de estar em um ponto de uma curva da indiferença com uma taxa de substituição 

marginal diferente. Ele leva em conta que um bem está relativamente mais caro do que o 

outro e passa a consumir mais do outro, que agora ficou relativamente mais barato.  

A mudança de consumo se dá em duas etapas. 1) o seu consumo se desloca ao 

longo da Curva de Indiferença de forma a consumir mais do bem mais barato (esse ponto 

fica fora da sua Restrição Orçamentária anterior), refletindo o novo preço relativo do bem 

com a inclinação da Curva de Restrição Orçamentária. É o efeito substituição. 2) A Curva 

de Restrição Orçamentária se desloca para fora por  causa do efeito renda. É o efeito 

renda.  

Uma aplicação que podemos fazer é na análise da relação entre o salário e a 

quantidade de trabalho ofertado. Um aumento no salário pode inclinar a curva de oferta 

de trabalho para cima ou para baixo. Quando o trabalhador recebe um aumento de salário, 

por se achar mais rico, ele passa a trabalhar menos. Esse é o efeito renda. Da mesma 

forma, o efeito substituição faz com que ele trabalhe mais, porque agora é mais caro para 

ele trocar o trabalho pelo lazer. Outra aplicação é com a taxa de juros. A uma taxa de 

juros alta o consumidor pode ser estimulado a poupar mais por causa do efeito 

substituição. Por outro lado, pode gastar mais por causa do efeito renda. 

 

22. FRONTEIRAS DA MICROECONOMIA 

 

A Economia Política aplica as ferramentas da economia para compreender o 

funcionamento do governo. Apresentaremos alguns teoremas que tratam do assunto.  

O primeiro é o Teorema do Eleitor Mediano. Ele determina que em um sistema 

político com dois partidos parecidos, eles tendem a se aproximar do eleitor mediano. Em 

todos os caso, o eleitor mediado tem mais da metade dos votos. Temos assim um 

resultado preferido médio e um resultado modal, que é o preferido pelo maior número. 

A Teoria da Impossibilidade de Arrow diz que nenhum sistema satisfaz todas 

as condições desejadas, que são: 1) unanimidade; 2) transitividade; 3) ausência de ditadores e 4) independência de alternativas irrelevantes. Ele exemplifica com o caso da 

Contagem de Borda, em que se atribui um peso a cada opção. 

O Paradoxo de Condorcet diz que a ordem em que são votadas as coisas pode 

alterar os resultados. Assim, o voto da maioria não nos diz o que a sociedade realmente 

deseja, pois a regra da maioria não produz preferências transitivas para a sociedade. 

Transitividade é a independência da ordem de votação no resultado final. 

A Economia Comportamental apresenta três princípios. O primeiro é  que as 

pessoas são inconsistentes ao longo do tempo, já que o desejo por uma satisfação 

imediata induz a abandonar planos mais racionais. O segundo é que  as pessoas se 

importam com justiça, e que nem sempre o resultado melhor para ambos é o escolhido, 

como no jogo do ultimato. O terceiro é que as pessoas nem sempre são racionais. Esse 

princípio diz que as pessoas são excessivamente confiantes, e que dão valor demais às 

experiências vividas, relutando muito em mudar de idéia. Herbert Simon  caracteriza o 

consumidor como  satisficers, ou seja, como alguém que se contenta apenas com o 

“suficiente”. 

Há a teoria da  Informação Assimétrica. Ela fala da ação oculta, que é quando 

agente pode desempenhar uma ação sem que o principal saiba, caracterizando um risco 

moral. Para evitá-lo, o principal parte para um maior monitoramento, atrasa o pagamento 

ou paga salários de eficiência. As características  ocultas são um problema da  seleção 

adversa, ou seja,  a omissão de informação por uma das partes para obter proveito 

próprio, é o caso do problema dos abacaxis. A seleção adversa enfraquece a mão invisível 

pois impedem que vários negócios se realizem ou outros o façam de forma injusta e 

ineficiente. É o caso do mercado de carros usados (em que o vendedor mantém as 

características ocultas), do mercado de seguros (os clientes sabem mais sobre seus riscos 

do que a empresa) e do mercado de trabalho (em que o trabalhador conhece melhor suas 

características do que o empregador). O problema da informação assimétrica pode ser 

resolvido através de duas ferramentas: a sinalização e a seleção. 

Com a sinalização, a parte informada usa sinais para convencer a outra parte de 

que está oferecendo algo de qualidade. Ela tem um custo, sendo mais benéfico para quem 

tem o produto de melhor qualidade. Outra observação é que as pessoas se preocupam 

mais com os sinais quando a intensidade da relação é mais questionável. 

Através da  seleção,  a parte que tem menos informação tenta induzir a outra a 

revelar informação. É o caso da opção de franquia de seguros. 

 

23. PRODUTO INTERNO BRUTO 

 

O PIB é composto por quatro elementos: o consumo, investimento, compras do 

governo e exportações líquidas. O consumo exclui a compra de imóveis, o investimento 

inclui estoques, equipamento de capital, imóveis, estrutura, as compras do governo 

incluem salários dos funcionários e obras públicas  e as exportações líquidas são a 

diferença entre as importações e exportações. Por definição, o PIB é o valor de mercado 

de todos os bens e serviços finais produzidos por um país em um dado período de tempo. 

Assim, desconsideram-se os itens vendidos ilegalmente. Concluímos que a renda deve ser 

igual à despesa.  

Outras medidas de riqueza são o Produto Nacional Bruto, que inclui a renda dos 

cidadãos que moram no exterior. O Produto Nacional Líquido, que exclui as perdas pela 

depreciação, que é o consumo de capital fixo. A Renda Nacional, que exclui os impostos 

indiretos e inclui os subsídios. A Renda Pessoal, que é a renda que foi obtida não através 

de ações e a Renda Pessoal Disponível, que é a Renda Pessoal menos os impostos. 

Quando o PIB cai deparamo-nos com recessões, gerando desemprego, queda nos 

lucros e falências. Um aumento no PIB pode indicar que a) a economia está produzindo uma quantidade maior de riqueza ou que b) os preços subiram. Para tal, temos que 

analisar a diferença entre o PIB real e nominal. O PIB real mede somente as mudanças 

na quantidade produzida, refletindo os preços constantes. O PIB nominal mede os preços 

correntes. Para obtermos o  deflator do PIB, que é uma medida de preços, devemos 

escolher um ano-base. Então, dividimos o PIB Real pelo PIB Nominal e multiplicamos o 

resultado por 100. Esse será o valor do deflator do PIB, que  reflete a variação nominal 

dos preços em comparação com o ano-base. 

O PIB per capita é uma medida do bem-estar do indivíduo. O PIB está 

estreitamente relacionado com o padrão de vida de seus cidadãos. Sua principal falha é